quinta-feira, 22 de março de 2012

Por toda a lua.

Demônios, lembra? É o que somos.
Tudo isso soa tão automático, rápido e acre como a bebida descendo a rasgar o interior da garganta. Da minha velha – minto, jovem – garganta. E era irônico ficar bêbado com uma presença. Tua presença. Mas minha mente doentia me transportava ao teatro. Tão meu, tão seu. Às cenas mal escritas da mais doentia das lembranças. É tudo doentio, fraco e lúgubre.
Você.
Hoje, na varanda, teu veneno descansa em meus lábios. Encara a lua e rasga minhas costas em palavras. São tuas lâminas, sabe?
"Seja vulnerável, Sophie." eu peço.
Peço ou peco?
Não faz diferença.
Assim como você não faz caso com meu coração que sumiu do meu peito.
"Você tirou ele de lá."
O tirou apenas por apreciar o meu descaso com tudo.
"O vinho ainda está amargo."
E você ainda não veio para derramá-lo... 
Em minha cama.
    

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