terça-feira, 3 de abril de 2012
Amar é eufemismo.
Eu gosto assim...
De olhar a expressão dos lábios.
Se em forma de sorriso,
olho direto para os olhos.
Para estar certo que este, é sincero.
sexta-feira, 30 de março de 2012
Haver, do transitivo direto.
Havia duas vertentes invisíveis na minha frente. O azul era preto, e o branco tornara-se ferrugem. Era a existência que ocorria em dois tons. Cor sobre cor, cessavam-se as influências. Eu morria todos os dias para padecer outra vez.
Colocar-me do avesso e tornar-me quem tu queiras amar.
Por entre tua simetria morna, deixa que eu tinjo teu mundo em mil tons monocromáticos meus.
Tentar buscar a perfeição. Sussurrar por entre o festim do nosso amor coexistente.
E pelas manchas de tuas coxas cruas,
traduzir,
que nem sempre o mais belo é o mais simétrico.
Colocar-me do avesso e tornar-me quem tu queiras amar.
Por entre tua simetria morna, deixa que eu tinjo teu mundo em mil tons monocromáticos meus.
Tentar buscar a perfeição. Sussurrar por entre o festim do nosso amor coexistente.
E pelas manchas de tuas coxas cruas,
traduzir,
que nem sempre o mais belo é o mais simétrico.
sexta-feira, 23 de março de 2012
Breu.
Meu último cigarro vem me dizer
quanto tempo faz que acabou minha ilusão
que queimou a minha paz.
Meu último passo nesse chão não me diz
quantos outros vêm me provar minha imperfeição
Nem eu que não sei mais caminhar
nesse fundo do poço
não sei onde vai parar esse eterno desgosto.
Alimentando a gutembergomania.
Posso sobrelevar todos os martírios, contanto que me possa dissertar a cada ocasião: Você existe. Através de tormentos, crispado pela tortura, ancorado na sensação de caos, no desespero, tendo meu coração em um altar, mas existo. Exposto ao pelourinho, eu existo, apesar de tudo, vejo a lua e, se não a vejo, sei que está lá. E saber isso já é toda a vida.(The Brothers Karamazov – FYODOR DOSTOEVSKY)
quinta-feira, 22 de março de 2012
Por toda a lua.
Demônios, lembra? É o que somos.
Tudo isso soa tão automático, rápido e acre como a bebida descendo a rasgar o interior da garganta. Da minha velha – minto, jovem – garganta. E era irônico ficar bêbado com uma presença. Tua presença. Mas minha mente doentia me transportava ao teatro. Tão meu, tão seu. Às cenas mal escritas da mais doentia das lembranças. É tudo doentio, fraco e lúgubre.
Você.
Hoje, na varanda, teu veneno descansa em meus lábios. Encara a lua e rasga minhas costas em palavras. São tuas lâminas, sabe?
"Seja vulnerável, Sophie." eu peço.
Peço ou peco?
Não faz diferença.
Assim como você não faz caso com meu coração que sumiu do meu peito.
"Você tirou ele de lá."
O tirou apenas por apreciar o meu descaso com tudo.
"O vinho ainda está amargo."
Tudo isso soa tão automático, rápido e acre como a bebida descendo a rasgar o interior da garganta. Da minha velha – minto, jovem – garganta. E era irônico ficar bêbado com uma presença. Tua presença. Mas minha mente doentia me transportava ao teatro. Tão meu, tão seu. Às cenas mal escritas da mais doentia das lembranças. É tudo doentio, fraco e lúgubre.
Você.
Hoje, na varanda, teu veneno descansa em meus lábios. Encara a lua e rasga minhas costas em palavras. São tuas lâminas, sabe?
"Seja vulnerável, Sophie." eu peço.
Peço ou peco?
Não faz diferença.
Assim como você não faz caso com meu coração que sumiu do meu peito.
"Você tirou ele de lá."
O tirou apenas por apreciar o meu descaso com tudo.
"O vinho ainda está amargo."
E você ainda não veio para derramá-lo...
Em minha cama. ¿Vamos a bailar?
Confecciono estrelas pelas ruas de Buenos Aires. Mesclo meus versos brancos a bossa nova, sob a luz da lua que desencadeia do céu minimalista.
Danço tango com a cadência de minhas guitarras desafinadas. E sempre, sempre ateando fogo aos meus pianos daltônicos, enquanto me embriago com teus versos brancos ao som do respirar das estrelas.
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